Dados os devidos créditos aos
filmes de Blade, podemos dizer que X-Men - O Filme, dirigido
por Bryan Singer, é a pedra fundamental da onda de adaptações de quadrinhos que
surgiu no início do milênio pelo fato de ser um filme genuinamente de “super-heróis”,
tema marcante desta nova leva (nós conhecedores sabemos que
há uma tonelada de adaptações de quadrinhos que não tratam de super-heroísmo).
Temos que reconhecer que, independente da qualidade irregular e cronologia
confusa que posteriormente estigmatizaram a franquia, este filme foi correto (esta
é a palavra!) na sua proposta e execução, estabelecendo as
origens do grupo de mutantes e surpreendendo com caracterizações que nunca
imaginamos possíveis de personagens como Wolverine (por Hugh Jackman) e
Professor X (por Patrick Steward). As visões de mundo de Xavier e Magneto
rendem fácil uma tese de doutorado.
Homem-Aranha (2002)
Depois de X-Men, Homem-Aranha foi o responsável por consolidar a onda de filmes de super-heróis que
viria depois. Sou testemunha ocular da febre que foi este filme na época, afinal
um filme satisfatório do Homem-Aranha era aguardado há décadas e digamos, havia
uma “demanda reprimida” acumulada. Ingressos se
esgotavam em minutos e a peregrinação para assistir aonde tivesse
sendo exibido era uma constante; quando se conseguia entrar na sala de cinema,
havia gente sentada até no piso entre as fileiras lotadas! Só havia visto algo
do tipo em 1997 (Titanic), e creio que, considerando as trocentas alternativas
de se assistir um filme atualmente, dificilmente voltaremos a ver algo igual. A
sequência na qual o jovem Peter (Tobey Maguire) descobre seus poderes é emocionante
e, como um bom fã que cresceu lendo os quadrinhos do aracnídeo, me faz arrepiar
os cabelinhos dos braços até hoje.
Batman - O Cavaleiro das Trevas
(2008)
Não sou muito fã da trilogia de Nolan nem do Christian Bale como Batman (explico a seguir), da qual
O Cavaleiro das Trevas é o segundo filme. Mas considerando que esta não é uma
lista dos meus filmes preferidos e sim dos filmes que estabeleceram o gênero de
super-heróis no cinema neste século, tenho que admitir que: 1º: esta adaptação trouxe
um esmero e profundidade que estava faltando ao gênero; 2º: teve a audácia de
trazer um Coringa “canto do cisne” de Heath
ledger que rivaliza em atuação com o palhaço seminal de Jack Nicholson; 3º e talvez mais importante: é um
filme muito palatável e absorvido pelo
público civil (leia-se: público que não lê quadrinhos mas vai ao cinema) e pela legião de críticos.
Voltando ao início, apesar de considerar o Bale um ótimo ator (e que se entrega ao papel), nunca o achei
com o perfil físico nem expressão adequada a um Bruce Wayne. É uma preferência.
Vingadores (2012)
Vingadores (de Joss Whedon) está na lista porque - e nem vou citar questões de bilheteria - o
filme dos Vingadores estabeleceu uma nova forma de fazer cinema e “fabricar”
sucessos: trabalhando previamente cada um dos seus personagens em produções
solo e reunindo-os de forma a atrair toda a base de fãs conquistada. Esta
fórmula foi posteriormente copiada pela Netflix com a construção dos Defensores
e (pasmem!) até pelo cult diretor indiano M. Night Shyamalan com o filme Split (“Fragmentado”) resgatando o filme
Unbreakable (“Inquebrável”, traduzido como Corpo Fechado no Brasil) para reuni-los, heróis e vilões,
no ainda vindouro Glass (previsto
para 2019). Ou seja, Vingadores deu uma aula de cinema, chegando a fazer a
terceira maior bilheteria da história do cinema (atrás de Titanic e Avatar) com
uma produção divertida e que fez a alegria de nerds.
Deadpool (2016)
Deadpool, magnum opus
da Fox em adaptações de HQs, fez escola ao provar que filme de quadrinho de
super-herói pode conjugar na mesma frase ter alta classificação indicativa e alcançar
enorme bilheteria, algo inimaginável
para os produtores até então, abrindo caminho para que adaptações carregadas
de violência e humor negro ganhassem aval para serem realizadas, resultando
em pérolas como, por exemplo, Logan (2017). Neste momento lembremos que já
tínhamos nos chocado com a violência de Kick-Ass (2010), porém Deadpool foi
mais ousado ao abraçar a classificação indicativa mais restrita dos EUA e fazer
disso sua propaganda e diferencial frente aos demais filmes. Méritos a Ryan Reynolds, que insistiu no seu personagem de “X-Men Origens: Wolverine” e, assim como a Fox
- detentora das franquias de Quarteto Fantástico e
X-Men no cinema -, estavam até o momento apanhando repetidamente da crítica e do público devido aos seus trabalhos relacionados a quadrinhos.
ED
Empenhado seriamente em criar
quadrinhos para vender os direitos e ficar rico, então desenha obcecadamente cada quadro como
se fosse ser filmado. Storyboard? Nunca ouvi falar. É de comer?
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