Cinco coisas irritantes na Panini

Há uma relação de amor e ódio entre os leitores de quadrinhos brasileiros e a Panini Comics. Se por um lado ela não se priva de adotar um rol generoso e diverso de títulos, que vão desde as grandes Marvel e DC até os inúmeros mangás, passando por Mônica, Disney e até algumas incursões no universo Bonelli, por outro deixa a desejar em vários aspectos. Neste post vou me ater rapidamente a estes aspectos:

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Erros de revisão: esse é o principal calcanhar de Aquiles da editora, o que é mais notório e talvez mais frustrante. Há sites e páginas dedicados a postar esses erros, que, vamos convir, sempre existiram (quem se lembra do "troféu" Cata-Piolho na editora Abril?), mas os erros da Panini (não só dela, mas principalmente dela) são estranhos. Não se trata apenas de erros de concordância, acentuação e ortografia, mas engolir letras, vogais, trocar ou cortar frases e até  balões inteiros evidencia claramente que a falha não é só do revisor, mas de todo o processo de diagramação e letreiramento em si.

Títulos genéricos: vamos nos basear no catálogo Panini de fevereiro (link). A seção de super-heróis é um samba do criolo doido: todos títulos com numeração baixa, títulos iguais mas com materiais diferentes (Espetacular Homem-Aranha, por exemplo), minisséries soltas (atualmente parece que cada arco de história justifica uma minissérie, chegando ao cúmulo de um título ter apenas duas edições), títulos lançados de acordo com os hypes ondulantes, títulos de personagens inexpressivos. Sem uma ordem de leitura, nem o mais fiel assinante consegue se situar na cronologia atual se baseando no que está sendo lançado.

Distribuição: Já entendemos que, em matéria de HQs, o resto do Brasil só recebe o refugo do material encalhado no eixo Rio-São Paulo, e isso transcende a editora Panini. Mas pelo menos ofereçam alternativas decentes para a massa de leitores que anseia receber as publicações no prazo. Os pacotes de assinatura oferecidos pela editora são risíveis. Vejam o mix do “Superpacote Marvel”: Os Vingadores, O Espetacular Homem-Aranha, Deadpool e Venom. Pfff... E separaram os títulos dos mutantes, forçando os marvetes a uma segunda assinatura. O pacote da DC é mais atraente, inclui toda a Santíssima Trindade mais Liga da Justiça, apesar da imagem promo mostrar - erroneamente? - a atual e ótima revista do Lanterna, que não faz parte do pacote - cuidado com a defesa do consumidor, Panini, consertem isso. 

  

Comunicação: não existe comunicação na Panini, ponto. Já falei isso em outro post: a impressão que dá é que são robôs que lançam as revistas. Quando o fazem é de forma desatenta e displicente, veja por exemplo aqui. Não há um ai ou oi nas publicações da Panini, uma contextualização das histórias trazidas, biografia dos personagens, matérias, nada. E não há a justificativa de que essa comunicação está nos meios virtuais, pois, tirando as aparições de alguém no Youtube e em eventos, não há uma plataforma de diálogo dos editores com os leitores, seja um blog ou até mesmo um canal atualizado no Youtube. Não peço uma nova “carta dos leitores”, mas uma aproximação junto ao público creio ser benéfica para qualquer empresa.

Capas feias e beirando o mau gosto: Eu tenho uma seção neste blog que visa exibir as melhores capas de quadrinhos publicadas, e sempre constato, o que é bem desagradável, que estranhamente as editoras – isso vem desde a Abril – sistematicamente escolhem para a versão brasileira as piores capas dentre as várias versões americanas da mesma edição (pois a grande maioria dos títulos nos EUA trazem várias capas para a mesma edição, capas variantes etc.). Isso é mais notório na escolha das imagens que ilustram as lombadas de coleções sucessivas, um horror! A do Conan (ao lado), com tantas opções de artistas brilhantes que fizeram o personagem, escolheram um... letreiro. Por que isso acontece? Mau gosto estético? Força de contrato? Forçar comprar a importada? Fica aqui a questão.

ED
Aqui só elogios, se quisesse pegar pesado citava a palavra mágica: reajustes.