Hancock (2008)
O mote do super-herói com tendências para o alcoolismo nos remete - principalmente a quem pertence a uma geração de leitores
mais velhos - ao caso de Tony Stark, muito bem retratado na saga O Demônio na
Garrafa, de autoria de David Michelinie e Bob Layton e ilustrada por um John
Romita Jr. com o traço menos estilizado do que conhecemos hoje. Mas a melhor representação
que temos no cinema (envolvendo super-herói, porque considero Despedida em Las
Vegas o filme de embriaguez definitivo), é Hancock, protagonizado por Will
Smith na pele de um super-herói bêbado e sem controle causando problemas por
onde passa. Apesar de termos ganhado um ótimo filme de super-herói, ficamos com a sensação
amarga de terem queimado uma história que poderia ser bem realizada por uma
Marvel Studios mais madura, com todos os desdobramentos que um Homem-de-Ferro alcoólatra
poderia ter.
Corpo Fechado (2000)
Corpo Fechado chegou ao cinema
com uma enorme responsabilidade; foi apenas no ano anterior que seu
diretor, M. Night Shyamalan, surpreendeu o mundo com O Sexto Sentido, um filme
que até hoje é aclamado por sua revelação (além de render ótimos memes, até Steve Rogers sacaria a referência de "i see dead people"). As expectativas eram altas, e sabemos o quanto isso é
caminho certo para a frustração, daí as reações mornas à época de seu
lançamento. Apesar disso, foi em Corpo Fechado (título nacional idiota, por
sinal, que induz o público ao erro ao sugerir um suposto misticismo para a condição
do protagonista, indo na onda de um “espiritismo” do filme anterior) que Shyamalan
fincou sua fama como autor de plot twists,
característica que se tornaria presente em toda sua filmografia. E quem diria que
Corpo Fechado seria a gênese para um inusitado universo compartilhado de heróis mais de 15 anos depois?
Guardiões da Noite (2004)/Guardiões do Dia (2006)
Um desavisado que assista
Guardiões da Noite sem saber muito sobre a obra, como aconteceu comigo ao locar
o DVD deste filme há dez anos atrás, pode se surpreender com a possibilidade de
existirem blockbusters de super-heróis de tamanha qualidade fora dos circuitos hollywoodianos
e bollywodianos. Com uma trama hermética, bem “fora da caixinha” dos roteiros
típicos americanos - como se espera de uma produção originária do leste europeu
-, Guardiões da Noite é uma adaptação livre do romance de Sergei Lukyanenko Night Watch, primeiro de uma série de
livros da longa saga. Com o sucesso mundial estrondoso, a sequência Guardiões
do Dia foi lançada dois anos depois, com a nítida proposta de tornar a trama mais
palatável para plateias ocidentais. Esqueça Os Guardiões (2017), a duologia Guardiões
da Noite/Guardiões do Dia (Nochnoy Dozor/Dnevnoi Dozor) é seu filme de super-heróis russo obrigatório.
ED
O mundo real
é repleto de adaptações SQN de super-heróis, porém sem superpoderes e com
vilões mais perigosos.
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