A Herói foi um fenômeno editorial na época de seu lançamento, em 1994 pela Sampa/ACME. Alavancada pelo sucesso
dos animes japoneses, nomeadamente Cavaleiros do Zodíaco, a publicação, em
formatinho e com preço bastante acessível, era vendida a granel nas bancas nos
anos 90 (“vendeu mais que a Veja”, afirma André Forastieri, que lançou
um livro sobre a publicação). Com uma equipe afiada e conhecedora dos temas, a
revista sabia captar o pensamento da geração da época, oferecendo capas lindas
e matérias sobre quadrinhos, animações e cultura pop escritas em sintonia com
as publicações nas bancas e a programação da TV aberta; uma dobradinha que supria
a demanda por informação numa época em que internet caminhava com passos de
formiga e sem vontade. Posteriormente lançada com os nomes Herói Gold, Herói
2000 e depois migrando para site, a Herói foi a mais duradoura revista sobre
quadrinhos, animes e cultura em solo tupiniquim, com quase uma centena e
meia de edições. Volta, Herói!
Antigamente, quando se pensava em
revista de informação sobre quadrinhos, o nome a vir logo à mente era a americana
Wizard. A publicação impressionava: uma lombada quadrada com centenas de
páginas em papel especial, toneladas de matérias e colunas inspiradas, materiais
publicitários e muito esmero artístico. Presente em diversos países e
autoridade em quadrinhos, ela teve uma versão (Wizard Brasil) publicada pela primeira
vez no Brasil pela Editora Globo, com 15 primorosas edições (1996-1997). Em 2001, houve
uma tentativa de retorno (apenas uma edição, apesar da excelente capa desenhada
pelo Roger Cruz) e em 2003 uma publicação mais duradoura, pela Panini. Depois de 53 números, sendo 36 edições com o nome original e mais 17 com o título
Wizmania - devido a reivindicação do nome original por parte da escola de idiomas homônima-,
foi descontinuada, se tornando apenas site. Uma espécie de Guia dos Quadrinhos impresso que deixou saudades.
A Mundo dos Super-Heróis (2006-) é um case de sucesso editorial a ser tomado
como referência por publicações do gênero. A revista se adapta (periodicidade, papel, número de páginas, spin-offs) de acordo com a conjuntura econômica do
país, sempre tendo em vista a qualidade do conteúdo e a fidelidade de
seus colecionadores. Traz sempre matérias sobre lançamentos recentes nos
quadrinhos ou em outras mídias - TV, cinema -, sendo seu ponto porte os dossiês
temáticos detalhadamente elaborados. Vale a pena tanto a leitura de sua versão
impressa quanto a de sua versão digital, disponível no site da editora Europa, cuja
mecânica de leitura bastante funcional e gostosa de manusear deveria envergonhar
aplicativos de leitura como os usados pela Social Comics e pela GoRead (momento
denúncia). É uma pena que a prima Mundo Nerd (com uma diagramação linda) não
tenta tido a mesma regularidade de lançamento nas bancas.
Menção honrosa:
Antes de todas, quem
nos informavam sobre quadrinhos e cultura pop e/ou underground em geral nos
anos 80 e 90 eram os fanzines - quem se lembra, por exemplo, da controversa Panacea (imagem),
que trazia informação sobre quadrinhos, merece o carimbo de “nerd velho”. Então a menção honrosa vai pra eles - todos os famigerados
fanzines desconhecidos do Brasil.
ED
Nerd velho.
3 comentários:
Gostava da mundo nerd
Abs
Mundo Nerd curta e intensa
Pois é, tomara que retorne.
abçs
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