O Procurado (2008)
ED
Acha que menção honrosa não enche barriga, só o saco; nem paga o aluguel, só paga pau.
Bem, não há muito o que falar da história de O Procurado e suas famigeradas balas que fazem curva,
então vou falar sobre o autor da HQ que deu origem ao filme. Quer dar um tempo da tonelada de filmes que ou mostram
a Jornada do Herói (narrativa incorporada na “Fórmula Marvel”) ou são
pretensiosos até a alma, porém sem dizer coisa alguma (filmes da DC pré - Wonder
Woman)? Assista uma adaptação cinematográfica de um quadrinho de Mark Millar. É
diversão a cada frame. O cara tem a mão sobre seus filmes, já escreve suas HQs
pensando em adaptação para a telona e o ritmo empregado é algo sui generis nos filmes de ação. Se
fôssemos fazer uma analogia de estilos, diria que Millar é o nosso Quentin
Tarantino dos quadrinhos. Ainda não esqueço as antológicas páginas finais do
quadrinho de O Procurado, um soco no estômago do leitor que no fundo inocentemente supõe que todo escritor “agradece a leitura” de sua obra.
Expresso do Amanhã (2013)
Expresso do Amanhã é um filme de ambiente fechado (no caso,
um trem), onde se eu fosse descrever a sinopse do ponto de vista ideológico seria
mais ou menos assim: “a luta do proletariado para ter acesso à elite e aos
meios de produção”. Só que no caso aqui, a ascensão não ocorre da forma
vertical tradicional e sim horizontal, com a classe dominante ocupando os
primeiros vagões do trem. Em suma, um filme inteligente, tenso, delicioso de
assistir e, arrisco dizer, melhor que o quadrinho francês (O Perfuraneve) tomado
por base. A despeito de ser um thriller
dos mais corridos (literalmente), há diversas soluções criativas e entrelinhas estranhas
ao universo hollywoodiano, relativas a aquecimento global, trabalho infantil,
messianismo - apenas para citar algumas -, cujos méritos se devem ao diretor
sul-coreano Bong Joo Ho, que se tornou conhecido aqui no ocidente por O Hospedeiro (2006).
Kingsman - Serviço Secreto (2014)
Quando Kingsman foi anunciado, confesso que não depositei
muita confiança no sucesso do filme, seja pela dupla de atores protagonistas
escolhidos, pelo geek meio estranho vivido
pelo Samuel L. Jackson, pelo desconhecimento desta HQ de Mark Millar - The
Secret Service - que serviu de fonte ou pela saturação de adaptações de
quadrinhos. Depois, quando Kingsman foi assistido,
eu estava tão embasbacado que agradeci à onda de adaptações de quadrinhos que
permitiram manter o hype em cima dos
investidores de Hollywood e desta forma gerar um cenário favorável pra bancar obras
anárquicas como essa. São filmes assim que revigoram minha esperança no cinema, que no quesito “inovação e criatividade” há algum tempo vem tomando
um baile da TV e dos serviços de streaming. Enfim, Kingsman é pra ser assistido no
cinema, tela grande, pipoca na mão e rindo dos
comentários da turma do fundão.
ED
Acha que menção honrosa não enche barriga, só o saco; nem paga o aluguel, só paga pau.
0 comentários:
Postar um comentário