3. Hellboy (2004)
Quem é entendido no universo nerd sabe
que há alguns produtos da cultura pop que viraram lenda pelas circunstâncias de
sua (não) concretização, como o Super-Homem de Nicolas Cage, o lançamento de
Half-Life 3 e até o sexto volume de Game of Thrones. Lembrem que uma rápida
pesquisa na web mostrará que a lenda do filme “Hellboy 3” persiste, e uma base
fiel de fãs implora pelo seu lançamento, sempre esperançosos de uma terceira
incursão de Ron Perlman na pele (pele?) do demônio de chifres serrados.
Isso se deve ao sensacional primeiro filme (de 2004), uma película
divertidíssima e envolvente, com um equilíbrio de ação e humor raramente atingido
pelas adaptações cinematográficas de HQs. Hellboy é a mais bem feita
adaptação de quadrinhos do estúdio Sony (sim, considero aqui o primeiro Homem-Aranha),
e Perlman quiçá a mais fiel adaptação de um personagem de quadrinho no cinema.
2. Oldboy (2003)
Oldboy fundiu minha cabeça quando
de sua (já notória) reviravolta. Sim, me preparei pra toda a estética da violência
coreana, acompanhei atentamente o intrigante desenrolar do roteiro, mas aquela
revelação ao final impressionou tanto que me remeteu aos filmes de Shyamalan - especialmente
O Sexto Sentido -, só havendo igual correspondência em matéria de impacto emocional
anos depois com o filme O Predestinado (2014). Oldboy é cruel, não é pra todos
os públicos (daí sua essência cult) e
seu remake americano não chega aos pés da mosca que pousou no set do filme
original, apesar de ter sido o burburinho em torno desse outrora desconhecido
filme que despertou a atenção de Hollywood. A superestimada cena de luta no
corredor mostrada no seriado do Demolidor, claramente chupinhada, mostrou que
não foi só o fator originalidade que brilhou em Oldboy, mas a competência da execução.
1. Ghost World - Aprendendo a Viver (2001)
Quando Ghost World foi lançado em
outubro de 2001, passou quase despercebido pelos circuitos de cinema afora,
amargando certo prejuízo e uma fraca bilheteria, talvez causado pelo pessimismo
generalizado pós 11 de setembro. Com o passar dos anos, esta espécie de slice-of-life americano foi angariando
fãs nas locadoras estadunidenses e semeando uma aura cult, o que levou às
distribuidoras a trazer o desconhecido mas premiado filme para o Brasil. Sua trama, cujos atores eram uma ainda quase anônima Scarlett Johansson, a genialmente
contida Thora Birch (de Beleza Americana) e o dispensa-apresentações Steve
Buscemi, envolve essencialmente descobertas adolescentes, idiossincrasias da
meia-idade, crise de identidade e cultura alternativa. O diretor Terry Zwigoff
conhece muito bem a cena underground, inclusive já tendo feito um ótimo documentário
sobre Crumb. Atente para a trilha sonora do filme, contendo uma música
inesquecível do Mohammed Rafi.
ED
Já cultuou tanta coisa que um dia acordou murmurando algo como "ph’nglui mglw’nafh Cthulhu R’lyeh wgah’nagl fhtagn", mas não tem a menor ideia do que isso seja.
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