Lorde Takeyama | 32 Mb | Mega e Mediafire
Escrever algo sobre essa graphic novel seria muito complicado, por isso tomei emprestado o texto do ótimo e altamente recomendado site Rodapé do Horizonte.
Escrita pelo norte-americano Shane L. Amaya e desenhada pelo paulistano Bruno D’Angelo, Lorde Takeyama foi o primeiro volume da coleção Opera Comics, da editora Opera Graphica, que não existe mais. Ele relata a história de um velho samurai aposentado que, ao receber a notícia de que seu daymio está à beira da morte, relembra seus feitos do passado, enquanto se empenha na caça de um espírito da floresta que supostamente engravidou sua filha.
A história é muito bem desenvolvida, alternando constantemente entre as memórias do samurai e a sua caçada derradeira. Há um jogo narrativo bem interessante, em que os quadros possuem formatos uniformes nas ações mais densas no tempo presente, mas aumentam de tamanho na transição para as cenas de batalhas do passado, dando movimentação à história e ditando o ritmo da leitura. Alguns detalhes mais sutis do enredo podem mesmo requerer mais de uma leitura para serem percebidos, característica das grandes obras literárias que nem sempre aparece nos quadrinhos mais populares.
A arte em si também é excelente. É claro que, se tratando de uma história sobre samurais, o mangá é uma influência forte; mas, longe de ser uma cópia descarada do estilo de artistas orientais, os seus elementos principais, como a narrativa dinâmica e o controle de tempo da leitura, são absorvidos para criar um estilo próprio, mais limpo e claro. O uso de sombras, em especial, chama bastante a atenção, bem como as cenas de caçadas, com um retrato bastante fiel de técnicas de arco-e-flecha tradicionais. E há ainda a cena das folhas de cerejeira caindo que abrem e fecham a história de maneira sublime, funcionando quase como haicais gráficos.
Na soma final, Lorde Takeyama é uma obra-prima pouco conhecida dos quadrinhos nacionais. Talvez caia em um dos temas mais caros da nipofilia da cultura otaku (qual seja, os samurais e os seus códigos de honra), mas o faz com maestria e sensibilidade, de forma que certamente vale uma olhada.
LORDE TAKEYAMA (Mediafire)
LORDE TAKEYAMA (Mega)
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