• Da pré-história dos quadrinhos ao pós-modernismo gibístico!

    Eu Vi... Blueberry



     Lá vamos nós outra vez com nosso comentário sobre adaptações de quadrinhos para o cinema.
    Hoje, vou discorrer sobre um clássico do faroeste BLUEBERRY, que ocupa a posição de Nº. 662 da Lista de adaptações de quadrinhos para o cinema, que você pode baixar AQUI.
    Criado pelo belga Jean-Michel Charlier e pelo francês Jean Giraud "Moebius". Blueberry conta as aventuras de Mike Donavan, filho de um fazendeiro da Lousisiana, que foi falsamente acusado de assassinato e que adotou o nome de Mike Blueberry.
    Personagem apresentado, vamos ao filme...

    Com um elenco promissor: Vicent Cassel, Michael Madsen, Juliette Lewis, Djimon Hounsou, Geoffrey Lewis, Colm Meaney, Eddie Izzard, e - um dos metres em filmes de faroeste -Ernest Borgnine, o filme prometia ser um espetáculo sem precedentes.

    E foi!
    Só que da pior maneira: sendo um total e completo massacre da história dos quadrinhos!

    Basicamente quando vemos um filme de faroeste, esperamos ver cenas de trocas tiros entre bandidos e mocinhos,  o mocinho sendo preso e miraculosamente escapando e prendendo o bandido, o mocinho salvando a donzela em perigo das garras do bandido e outras centenas de clichês dos filmes de faroeste. Principalmente quando se trata de um dos mais icônicos personagens de faroeste dos quadrinhos, juntamente com Jonah Hex e o Cavaleiro Solitário.

    Por alguma razão, ainda desconhecida por mim, os produtores resolveram fazer um filme psicodélico, shamanistico, cheio de efeitos espirituais e totalmente galgado em viagens alucinógenas, graças ao uso excessivo de uma bebida que eu carinhosamente chamo de "aiuasca norte americana" (nem sei como se escreve isso).

    Como disse anteriormente, filme faroeste significa  tiros, porém, em Blueberry, o personagem principal dispara apenas uma vez e aos 15 minutos de filme, matando ocasionalmente seu grande amada. E só!

    Depois disso vemos poucas cenas de tiros, quatro na verdade, e todas são bem fraquinhas.

    As cenas de psicodelia equivalem a quase 50% das cenas do filme, tanto é que o grande embate entre o bem e o mal não é resolvido com balas zunindo e sim no campo "astral", com muita "aiuasca norte americana" e cenas estupidamente exageradas. Abaixo vocês podem "sentir o drama":


    Um dos posters já avisava da viagem psicodélica
    Não use drogas, vocês verão cobras por todo o lado
    O fabricante da "aiuasca norte americana" e seu soprinho encantador
    - É tanto sopro nesse filme que quem assiste sai doido
    Se tomar a "aiuasca norte americana" vais ver coisas como essa
    I see dead people!

    Se eu fosse colocar aqui todas as fotos de "delirium" do filme, essas postagem seria tão grande que estouraria a capacidade de armazenamento do Blogger inteiro.

    Destaques negativos do filme:

    1. Michael Madsen vomitando suas poucas falas: ele aparece muito, fala pouco e fala vomitado;
    2. Nudez da Juliette Lewis: no final do filme somos brindados com uma cena de nudez totalmente gratuita e sem necessidade. Talvez na tentativa de "agradar alguma coisa", já que o filme é uma merda sem tamanho. A verdade sobre essa cena é que ela beira o vulgar, já que a atriz aparece toda arreganhada e sacolejando como uma enguia. A vulgaridade só não foi total por ser uma cena subaquática e com isso as imagens são levemente distorcidas;
    3. As cobras: nem em documentários do Animal Planet ou Discovery Channel sobre cobras no cio inverno mostra tantas cobras como nesse filme. Chego a afirmar, com base na história esdrúxula, que as cobras são a atração principal e não o Blueberry;
    4. Vincent Cassel como Blueberry: olha, sinceramente, se tivessem colocado algum ator de Melrose ou Barrados no Baile teriam conseguido um efeito melhor, pois o Vincent Cassel fez um Blueberry mais cara de donzela do que se pode imaginar.
    5. O filme com um todo.
    Destaque positivos do filme:
    1.  A fotografia: as imagens são boas, belíssimas na verdade, mas tenho que lembrar que isso é um filme de faroeste e não um episódio de "O Canadá visto de cima";
    2. O letreiro final: Depois de um filme tão rui, mas tão ruim, que ver os créditos é um alívio.

    Em relação a nudez, meu falecido Pai tinha uma teoria muito bacana sobre essas cenas que era: Se o filme, em menos de 20 minutos iniciais, mostrar alguma cena de sexo, podes esperar que o filme será ruim.

    E ele estava certo!

    Antes das notas um último comentário: eu acreditava que nunca assistiria um filme tão ruim quanto "Mulher-gato",  mas me enganei. Blueberry conseguiu ser bem pior. Uma pena.

    Vamos às notas:
    - Fotografia: o filme tem cenas maravilhosas.
    Nota 10
    - Atores/Atrizes: estão péssimos a níveis nababescos.
    Nota 0
    - História: quem escreveu deveria ter o mesmo fim (e da mesma forma) que o vilão do filme.
    Nota -2

    Nota geral: 2 (olha que tô sendo tão bonzinho), ou seja,  "Deus... Por quê? Por que fizeram isso..."


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