Toda semana, às segundas-feiras, colocarei aqui uma dica de leitura e sempres seguida de uma crítica minha. Fiquem calmos que não colocarei aqui revistas que eu não tenha gostado.
Vamos lá.
Capa original (com detalhes removidos pela Ed. Globo) - Clique para ampliar |
Iniciarei essa série com uma revista/livro que ganhei da minha esposa em meu aniversário.
Bom, o livro é excepcional. O autor avisa logo nas primeiras páginas que é uma adaptação "bem livre" do clássico de Carlo Collodi.
Num breve resumo, vou explicar a versão original: Um conto de fadas é uma historia moral que utiliza a fantasia para
simbolizar alguma verdade humana. Acho que essa pode ser uma das
definições de contos de fadas, especialmente quando aplicada a
obra-prima do italiano Carlo Collodi: Pinóquio,
primeiramente publicada em 1883, ele é um resumo do que é almejar ser um
ser humano. Esculpido de um tronco de Pinhão (da onde vem a palavra
pinocchio), Pinóquio é um boneco que ganha vida e decide entrar em uma
busca para se tornar um ser humano, o que inevitavelmente entre acertos e
erros o leva a ganhar a humanidade. Pinóquio também tem uma maldição de
não poder mentir ou seu nariz crescerá, ou seja é um duplo desafio,
pois ele deve alcançar essa humanidade se mantendo integro. Lindo… uma
bela fantasia
O livro inteiro é sem falas, com exceção da versão de Winshluss para o Grilo Falante: uma barata que após perder o emprego foi despejado e acho a que a cabeça mcânica de Pinoquio fosse sua nova casa.
O Pinóqui não pe feito de madeira e sim de metal, mais precisamente uma máquina de guerra. Entretanto, Pinóqui também faz as tarefas dométicas da Srª Gepeto, que aparentemente é uma ex-modelo pornográfica que ao ver o tamanho avantajado do nariz do "pobre garoto metálico" tenta usá-lo como, digamos, vibrador elétrico para satisfazê-la e acaba sendo morta pelo boneco.
Como dito anteriormente, O Grilo Falante dá lugar a Jiminy Barata, um verdaeiro vagabundo que sonha em ser escritor e que foge da mulher e mora no "cérebro" de Pinóqui.
Nas suas andanças, Pinóquio cruza com sete anões sado-mazoquistas que constantemente estupram a Bela Adormecida que nunca encontrou seu príncipe encantado. Topa com a ascenção de líder "palhaço" que lembra Hitler e que destrona um rei que adminstra um parque de diversões macabro. Acabaca virando trabalhador em uma fábrica que usa trabalho infantil e por aí vai.
O traço de Winshluss cria um personagem fascinante em sua aparência
estática e inocente, pois ele é o contraponto da barbárie que o cerca.
Ao mesmo tempo que inserido na história ele é totalmente ignorante a
ela. No roteiro, Winshluss apresenta Gepetto patético, Sete anões estupradores, um olho mecânico ferrado, um
Dogzilla gigantesco, um pinguim retardado, um serial killer escondido,
um investigador depressivo e uma barata-escritora que vive dentro do
cérebro de Pinocchio que é a criatura mais falante e criticamente
explícita do quadrinho.
Todas essas histórias são colocadas no quadrinho se intercalando durante
a jornada de Pinocchio sem perder o fio da meada, e só a obra de arte
que é o roteiro e suas múltiplas significações seria o suficiente para
colocá-lo no panteão dos grandes quadrinhos, entretanto esse não é o
ponto principal da obra de Winshluss. O que mais salta aos olhos é a
variação perfeita entre estilos que ele faz em seu traço o que torna
essa obra, até mais do Jimmy Corrigan, uma obra esteticamente desafiante.
Assim que achar para baixar, posto imediatamente aqui.
Valeu cada centavo investido e vale muito a leitura.
Abaixo, segue uma amostra dessa obra de arte (clique para ampliar).
0 comentários:
Postar um comentário