quarta-feira, 16 de maio de 2018

Eu Vi... Thor - Ragnarok


Olá meus queridos leitores, a tempos que não escrevo minhas criticas cinematográficas e hoje retorno em grande estilo tecendo minhas palavras acerca do filme Thor - Ragnarok.

O filme é o terceiro do Deus do Trovão e conta com os principais personagens dos anteriores: Thor (Chris Hemsworth,) Loki (Tom Hiddleston), Odim (Anthony Hopkins) e Heimdall (Idris Elba), Ray Stevenson (Volstagg) e Zachary Levi (Fandral). De novidade o filme trouxe Cate Blanchett (Hela), Jeff Goldblum (Grandmaster), Tessa Thompson (Valkiria), Karl Urban (Skurge), Mark Ruffalo (Bruce Banner / Hulk), Anthony Hopkins (Odin), Benedict Cumberbatch (Dr. Estranho). Mesmo o Hulk (Ruffalo) não ser novidade no UCM ele é novidade nos filmes do Thor.
Korg - Venha para revolução

Desta vez quem dirigiu o filme foi Taika Waititi, que também atuou dando voz ao personagem Korg.

O filme é despretensioso e tomou o viés cômico. Sim, isso mesmo: cômico. Logo nas primeiras cenas vemos um Thor conversando aparentemente ninguém. Explicando como ele chegou àquela situação (preso em uma gaiola e todo amarrado). Até que a câmera vira e vemos que ele está conversando com "parceiro" de cela: uma caveira - que no detalhe cai o queixo. A cena como um todo me fez lembrar a cena de abertura da ótima animação "Megamente", em que o "vilão" do filme Megamente está caindo e explicando como chegou naquela situação.
'Peraí que tô girando!

E depois vem outra cena cômica que é a conversa do Thor com Surtur (que teve a voz de Clacy Brown). Depois vem outra cena cômica e depois outra e depois outra cena cômica e depois outra cena cômica e depois outra cena cômica e depois outra cena cômica e depois outra cena cômica... Ad infinutium"


Ah, ah, ah, ah...
Uma coisa engraçada que acontece quando vou ver um filme é que eu coloco o cérebro em busca automática e assim acabo achando semelhanças entre filmes ou detalhes que lembram outros filmes. Em Thor Ragnarok não foi deferente.

Quando começou a tocar a espetacular (e a melhor música do Led Zeppelin pra mim) Immigrant Song meu cérebro disparou Jack Black em Escola de Rock.

Bom, o filme em si é uma mescla de vários outros além de ser uma grande reciclagem de vários outros, incluindo do UCM. Vamos lá:

Após a derrota de Surtur, o dragão se solta numa cena bem parecida ao do filme Shrek, quando o Ogro e o Burro Falante estão indo salvar a Princesa Fiona.

Durante a perseguição do Dragão, Thor se vê meio que sem saída e o que ele faz? Chama um trovão? Grita igual a uma menininha? Nenhuma das opções, ele simplesmente coloca seu martelo (Mjolnir) na boca do dragão no bom e velho estilo "vara na boca do jacaré".

Não posso deixar de citar a piadinha infame com possíveis vestígios de líquidos masculinos orgásmicos na nave do Grandmaster (Thor fala pro Banner: "Não toque em nada!") que é muito parecida com uma do Starlord no primeiro filme dos Guardiões da Galáxia (Starlord fala: "Se usassem luz negra, a nave pareceria um quadro do Pollock").

Um coisa engraçada foi a morte do Odin. Ele virou purpurina!!!!! Depois que ele morreu, Odim virou uma espécie de Obi-Wan Kenobi, onde sempre que o Thor precisa de uma conselho de superação ele simplesmente aparece.

Bom, voltemos ao filme em si.

O surgimento da Hela deve-se ao trono vazio de Odin. Como foi visto em Thor: Mundo Sombrio, o trono foi ocupado por Loki desfarçado de Odin. Aliás, Thor Ragnarok merece um destaque interessante: o teatro encenado para "satisfação" de Odin, em que a cena teatralizada é justamente a morte (falsa) de Loki em Thor: Mundo Sombrio. No "teatro", Loki é vivido por Matt Damon e a encenação eleva a níveis nababescos a importância de Loki. A cena é parcialmente vista por Thor, que desmascara Loki usando o Mjolnir.

O estraçalhamento do Mjolnir tem uma curiosidade. Nos trailers, o martelo é estraçalhado por Hela em um lugar que lembra o corredor central do castelo de Odin e no filme em si foi feito em campo aberto.

Oompa loompa doo-ba-dee-doo
Outra cena que disparou similaridade foi a de quando Thor, preso na cadeira "viaja" para ver o Gradmaster. Essa cena ficou muito parecida com uma do filme "A fantástica Fábrica de Chocolate" de 1971.

Diva dos infernos!
Alias, a falta do Mjolnir mostra um Thor imaturo e choramingão toda vez que lembra da falta dele. Outra coisa interessante foi a forma como Hela transforma ser cabelo em capacete/chifres e vice-versa. Ficou parecendo aquelas mulheres deslumbradas como o novo corte de cabelo e não uma máquina de matar que é. Tanto é, que ela sozinha exterminou as valquírias e todo o exército asgardiano.

Bom, falemos a verdade: o cabelo dela antes de virar capacete chifrudo é muito emo e lembra o do Peter Parker no último filme da trilogia do Raimi.


É só um coleguinha..
Lógico que a cena mais famosa do filme, e que saiu nos trailers, foi a do Hulk estourando o portão e Thor gritando alegrinho "É uma amigo do trabalho!". A sequencia da cena é bem legal e mostra uma situação bem clássica de filmes de ação, que é quando o mocinho tá levando uma surra e lembra de algo emotivo, que o faça lembrar do que ele é, pelo o que está lutando e não o porque está lutando. De cara, lembro de Rocky V, quando o Rocky tá levando uma surra do Tommy Gun e no chão, lembra do Mickey, das lições e tals.

Deus do Trovão e não o Martelo do trovão
Já o Thor, tem uma conversa com Odin (que já morreu), no estilo Obi-Wan/Luke, que o lembra que ele, Thor, é o Deus do Trovão e não o Martelo do trovão... Booooom! Thor vira um Elektro da vida.

Assim, eu sempre pensei que as Valquírias eram mulheres fortes, loiras, altas e voluptuosas (assim eram descritas na literatura nórdica) e neste filme, a única remanescente foi justamente uma baixinha, morena. Esse lance de "cotas" pode um dia dar errado.

Eu poderia ficar horas descrevendo as falhas, erros e tudo mais que me incomodou no filme, mas ficaria divertido monótono demais. Então vamos para um tom mais sério.

O filme mostra de forma clara uma coisa que não ficou totalmente obscura nos dois filmes anteriores: Thor como protagonista.

Fato!

Thor: para um pelo macio e fezes secas
Mesmo com a presença maciça e muito carismática de um Hulk bobalhão, que lembra muito o Hulk da animação Homem de Ferro e Hulk: Heróis Unidos. O Thor sofreu muito nos filmes anteriores, pois sendo o protagonista ele sempre perdeu espaço para o Loki nos dois primeiros filmes e pro Homem de Ferro e Capitão América nos filmes dos Vingadores. Resumindo: era apenas uma encheção de linguiça, ou ração para cachorros, nos próprios filmes.

Nunca imaginei ver um filme do Thor tão longe dos quadrinhos e tão próximo de muitos pontos da mitologia nórdica em si. Acredito que Jack "The King" Kirby tenha se revirado no caixão, pois ele jamais imaginou um Thor engraçadinho.

Bom, o filme se resume no Thor fugindo do palácio do Grandmaster com ajuda de um relutante Hulk ( que não queria ir embora por ser amado lá e odiado na Terra), de uma Valquíria beberrona, boca suja e briguenta e de um Loki totalmente encagaçado amedrontado por causa do Hulk.

O legal deste filme é justamente a onipresença do Thor em todo o filme. Praticamente não há quandro sem a presença dele. Isso foi muito bom. Outro ponto bem legal foi o Heimdall, que foi despejado do seu posto (porque ele enxerga tudo) e foi substituído por Skurge (Karl Urban), que é um covarde.

Heimdall ganha um certo destaque nesse filme, pois ele é o responsável por salvar os asgardianos de serem massacrados por Hela. Esta tem objetivo por acabar com Asgard, mas Asgard não é um lugar e sim seu povo (bonito e filosófico isso), por isso Hele pretende exterminar os asgardianos.

Thor, Hulk, Loki e a Valquíria fogem do planeta do Grandmaster numa nave estilosa e que lembra muito as naves dos filmes da segunda trilogia de Star Wars (Eps. I, II e III). Chegam a Asgard e resolvem enfrentar Hela. Daí ocorre novas cenas de ação, cenas cômicas e o bom momento Odin-Wan Kenobi e novamente Thor lembra que é o Deus do Trovão e... Vide imagem acima.

A batalha final ocorre na Bifröst. Nessa luta tem uma cena dispensável - ao meu ver, que foi uma "homenagem" à cena do filme O Incrível Hulk", em que o Banner (Edward Norton) pula do helicóptero e chega ao chão já transformado em Hulk. Em Thor Ragnarok, Banner (Ruffalo) pula da nave estilosa e quando chega no chão, se estatela.

Ah, ah, ah, ah... (2x)
Ele fez isso pra salvar Heimdall e os asgardianos de Fenrir (o cachorro de Hela). Depois da queda e estatelado no chão, Fenrir cheira e futuca o banner no chão e segue pra atacar e do nada... Tchãraam!

Não posso esquecer que na finalíssima luta, voltamos a escutar a espetacular (e a melhor música do Led Zeppelin pra mim) Immigrant Song e de imediato meu cérebro disparou Jack Black em Escola de Rock.

Depois de se declarar impotente contra Hela, Thor decide que a única coisa capaz de pará-la é Surtur, mas, se Surtur pôr os pés em Asgard significa o Ragnarok. Thor não pensa duas vezes e manda Loki pegar a cora de Surtur e colocar na Chama Eterna. Só um detalhe: neste filme, Loki e Thor são amiguinhos, irmãos de verdade, sem trapaças. É! Esse filme é beeeem diferente de tudo já feito até hoje.

Depois que Surtur volta e inicia o Ragnarok, Thor, Loki e companhia fogem de Asgard na nave em que Korg chegou, que é bruta de um cargueiro que leva todos os Asgardianos. Surtur mata Hela, destrói Asgard e ocorre o Ragnarok.

Na Fuga, Thor, meio desconcertado, senta na cadeira de capitão da nave como se fosse o trono do Rei (num estilo que lembrou o bom e Capitão James T. Kirk) e até chegar em seu novo assentamento, o Império Asgardiano: A Terra!

Stan "Mãos de Tesoura" Lee
Antes que eu me esqueça: como sempre, há um cameo do Stan Lee, mas dessa vez foi como um barbeiro que mais parecia uma versão do Edward Mão de Tesoura.

O filme tem cenas belíssimas, cenas divertidas, cenas de lutas muito bem feitas, coreografias perfeitas. Cenários muito bem construídos, um elenco de primeira e que nenhum dos atores e atrizes deixaram a desejar, muito pelo contrário, todos ficaram muito bem em seus papéis. Aliás, isso foi um feito e tanto.

Todo o elenco ficou perfeito em seus papéis. Não consigo imaginar outra atriz interpretando Hela e até mesmo o Skurge ficou muito bem feito pelo Karl Urban. Mesmo divergindo um pouco da escalação da Tessa Thompson para o papel de Valquíria, preciso afirmar que foi um papel muito bem interpretado pela atriz.

Interpretações, cenários e coreografias a parte, o filme peca muito no quesito adaptação e fidelidade até mesmo à mitologia que originou o personagem dos quadrinhos. Numa avaliação geral eu dou as seguintes notas:

Avaliação geral:
- Fotografia: 10
- Fidelidade ao quadrinho: 4
- Fidelidade à mitologia original: 4

Nota geral: 6 - Sessão da Tarde ou Temperatura Máxima, ou seja, ver novamente ou não, não fará diferença

2 comentários:

  1. Triste fim para o grande Odin: virar purpurina... Já prevejo até a chamada na Sessão da Tarde: "uma dupla do barulho apronta altas confusões em uma aventura eletrizante!"

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  2. Não sei qual o pior: se virar purpurina ou ser empalado com uma espada de fogo igual a Hela.

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